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O que podemos aprender com os resultados da Black Friday 2022?

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Veja quais foram os aspectos decisivos desta edição que, de modo geral, influenciaram nos resultados

Dados da Sofist, empresa que durante o evento monitorou o desempenho de 146 lojas virtuais, apontam que a edição deste ano foi marcada pelo aumento de ocorrências de questões técnicas como a instabilidade de redes conectadas à internet, lentidão e páginas contendo erros, tendo custado R$ 48,4 milhões aos cofres dos varejistas. A cifra ainda representa 34% a mais do que o registrado em 2021. A fonte também revela que 56 de todos os e-commerces monitorados permaneceram um total de 15 horas e 36 minutos fora do ar durante a Black Friday até a Cyber Monday.

Além disso, fatores como a antecipação de promoções, a atual flutuação no mercado de investimentos e a alta da inflação somam-se paralelamente a aspectos do calendário de eventos mais expressivos, como as Eleições brasileiras de 2022 e a Copa do Mundo do Catar.

De acordo com um levantamento da Neotrust, empresa de inteligência de dados com foco em varejo on-line, realizado em parceria com a ClearSale, de quinta-feira (24) até às 19 horas da sexta-feira (25), as vendas caíram mais de 30% em comparação a 2021. Ainda assim, a pesquisa indica que o valor total das transações medidas somava R$ 3,1 bi e os pedidos chegavam a mais de 4,7 milhões, respectivamente representando quedas de 34,18% e 28,24%.

Por isso, preparamos este conteúdo para te apresentar alguns dos principais aspectos que transformaram os rumos dos resultados com relação às vendas do e-commerce brasileiro. 

O comportamento do consumidor foi decisivo para o resultado da Black Friday 2022 

Novembro deste ano foi marcado pelo aumento de 21,7% no GMV médio por cliente (a receita bruta média do período), incluindo uma alta de 7,5% no número de pedidos, quando comparado ao mesmo período de 2021.

Em matéria para o E-commerce Brasil, Dinalva Fernandes, que é jornalista do portal, expõe dados da Magis5, startup que atende clientes que vendem seus produtos em grandes marketplaces como Amazon, B2W, Magalu, Mercado Livre e Shopee:

A Black Friday deste ano evidenciou uma tendência: os consumidores souberam aproveitar as ofertas das lojas online ao longo de todo o mês de novembro, ao invés de focar apenas no dia 25 de novembro.

A pesquisa que, baseou-se nos dados das contas integradas ao hub, ainda revela ter havido na sexta-feira (25) uma queda de 53,8% na média do volume de pedidos por vendedor em relação ao ano anterior, além da queda de 34,5% na receita bruta da data – também por vendedor em vista de 2021.

Inconstâncias técnicas geram vendas menos expressivas

Segundo a Sofist, todas as 146 lojas virtuais monitoradas, sem exceção, apresentaram instabilidade durante o período do estudo, que considera ser um site instável a partir do momento em que seu tempo médio de carregamento apresenta uma variação superior a 3 segundos. Isso obviamente interfere na experiência do usuário, fazendo com que o volume de vendas sofra uma queda no percentual.

O CEO da empresa avalia que o crescimento da instabilidade nos e-commerces brasileiros pode ter ocorrido a despeito de um menor tráfego registrado na Black Friday deste ano. Ele comenta:

A gente teve menos pedidos, menos vendas – o que, para o e-commerce, significa menos gente acessando –, mas tive mais indisponibilidade. Era para os sistemas estarem menos sobrecarregados

De acordo com o dados coletados por sua empresa, o executivo ainda acrescenta:

Havia varejistas projetando um incremento de pelo menos 50% nas vendas quando comparado ao ano passado. Porém, mesmo com o volume de vendas sendo menor, muita gente teve problemas técnicos. Em 2021, o consumidor teve menos dificuldades técnicas ao fazer suas compras online, quando comparado a este ano. Foi intrigante notar menos volume de pedidos, menos vendas, e mais sites fora do ar durante o evento

A Copa do Mundo pode ter roubado os holofotes

De certo modo, a data comercial não despertou nos consumidores brasileiros o mesmo interesse que nos anos anteriores. Embora a expectativa era de gerar um volume de vendas maior que em 2021, porém, o fato da véspera da Black Friday 2022 ter coincidido com a estreia da seleção brasileira na Copa do Catar pode ter sido determinante para uma queda de 35,56% em vendas, indica a sondagem da Neotrust.

O estudo também aponta que a Black Friday 2022 tenha registrado um faturamento total de R$ 6,1 bilhões, que representa uma queda de 23% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 7,9 bilhões), tendo sido considerada a edição com os resultados desde que foi importada dos Estados Unidos e inserida no calendário do varejo no país.

Posto isto, é possível afirmar que esta edição bem serviu para que varejistas e profissionais do e-commerce possam olhar com atenção para os eventos que ocorreram ao entorno e, além disso, enxergar o que funcionou e o que não para que, em 2023 as expectativas sejam mantidas lá no alto.

 

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